Em tempos de mudanças climáticas aceleradas, o setor agropecuário brasileiro enfrenta um desafio crescente: como manter a produtividade das pastagens em um cenário de temperaturas mais altas, chuvas irregulares e aumento da pressão sobre os recursos naturais? Uma resposta inovadora pode estar nos microrganismos do solo. Mais especificamente, em bactérias promotoras de crescimento vegetal que ajudam a proteger e fortalecer as plantas contra o estresse climático.
Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto divulgaram recentemente (março/2025) os resultados de um estudo pioneiro, publicado no periódico Science of the Total Environment, que comprova a eficácia de bactérias como Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens na mitigação dos efeitos negativos do aquecimento global sobre plantas forrageiras — como as gramíneas usadas na alimentação do gado. A pesquisa simulou um ambiente até 2°C mais quente, cenário possível e preocupante que ultrapassa a meta preferencial do Acordo de Paris (1,5°C), e testou como as plantas reagiriam com e sem a inoculação bacteriana.
Os resultados são surpreendentes e promissores. As plantas inoculadas com essas bactérias mantiveram taxas fotossintéticas 15% maiores, apresentaram 38% mais proteína bruta e tiveram até 22% menos lignina, substância que dificulta a digestão dos nutrientes pelo gado. Isso significa um pasto mais nutritivo, mais palatável e com maior capacidade de sustentar a produtividade dos rebanhos mesmo em condições de estresse térmico e hídrico. A pesquisa também demonstrou que, em situações de seca, as plantas tratadas se recuperaram em menos de 24 horas após a reidratação, um dado crucial para regiões com chuvas escassas e mal distribuídas.
O estudo foi conduzido no Laboratório de Mudanças Climáticas da USP, que desde 2011 simula os efeitos do aquecimento global em campo aberto. Utilizando equipamentos de última geração como o LI-6800 (que mede a fotossíntese) e o LI-1800 (voltado à respiração do solo), os cientistas conseguem acompanhar em tempo real as respostas fisiológicas das plantas às mudanças climáticas. O espaço abriga o sistema Trop-T-FACE, um dos poucos do tipo no mundo, e tem como foco o desenvolvimento de estratégias sustentáveis para a agropecuária tropical. Com apoio de instituições como Fapesp, CNPq, MCTI e Agência Nacional de Águas, o projeto é referência em inovação científica voltada ao campo.

Um dos focos do estudo foi a Brachiaria Mavuno, um híbrido desenvolvido pela Wolf Sementes, conhecida por seu investimento em cultivares adaptadas ao novo clima. A Mavuno, além de apresentar rebrote rápido e maior resistência à seca, foi a cultivar que mais respondeu positivamente à inoculação bacteriana. Seus resultados demonstraram claramente o potencial da integração entre melhoramento genético de sementes e biotecnologia do solo como uma via estratégica para garantir pastagens mais produtivas, nutritivas e resilientes.
A Brachiaria Mavuno é uma cultivar que exemplifica o caminho para uma pecuária de baixo carbono, mais eficiente e alinhada às exigências ambientais e produtivas do século 21. Como destaca Alex Wolf, CEO da empresa, “a semente melhorada se paga com a produtividade”. Isso significa não apenas mais arrobas por hectare, mas também menor impacto ambiental, menos emissões de metano por animal e maior estabilidade frente às variações climáticas, que são cada vez mais frequentes.
Além disso, o estudo reforça o papel fundamental das bactérias promotoras de crescimento vegetal como biofertilizantes naturais. Já amplamente utilizadas em culturas como soja e feijão, essas bactérias estão ganhando espaço também em culturas de gramíneas, como milho, sorgo, cana-de-açúcar e, agora, pastagens. Isso abre um novo horizonte para o uso de insumos biológicos na pecuária — uma tendência que deve crescer com a demanda por práticas mais sustentáveis, com menor dependência de fertilizantes químicos.
A contribuição desse tipo de pesquisa para o setor vai muito além do ambiente acadêmico. Ela aponta caminhos concretos para o produtor rural, que precisa de soluções práticas, seguras e economicamente viáveis para manter sua atividade em um mundo em transformação. Ao associar ciência de ponta, sementes geneticamente superiores e insumos biológicos, o Brasil tem a chance de se posicionar como referência global em produção pecuária sustentável.
📈 CONCLUSÃO: O que o produtor ganha com Mavuno?
- Mais proteína no pasto: Aumenta o ganho de peso do gado.
- Melhor digestibilidade: Menos lignina significa maior aproveitamento dos nutrientes.
- Maior resiliência à seca: Plantas inoculadas se recuperam mais rápido.
- Redução de custos indiretos: Menos tempo até o abate, menos necessidade de suplementação.

📢 Quer saber como isso pode funcionar na sua fazenda?
👉 Conheça a Brachiaria Mavuno, híbrido resistente ao estresse hídrico e calórico.